quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Quero ser uma televisão...

Na sala de aula, a professora pediu aos seus alunos que fizessem uma redação onde expressassem o que gostariam que Deus fizesse por eles.

Já em casa, corrigindo as redações, deparou-se com uma que a deixou muito emocionada.

O marido nesse momento entrou na sala e vendo-a soluçar, perguntou-lhe: O que aconteceu?
Ela respondeu-lhe:

- Lê – Passando-lhe uma folha de papel – É a redação de um aluno meu.

O marido pegou a folha e começou a ler:

“Senhor, esta noite peço-te algo muito especial: Transforma-me numa televisão! Quero ocupar o espaço dela. Viver como a televisão de minha casa vive. Ter um lugar especial pra mim e reunir minha família ao redor. Ser levado a sério quando falar... Ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções e sem perguntas. Quero receber a mesma atenção que ela recebe quando não funciona. Que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar. E ainda, que meus irmãos ´briguem´ para poderem estar comigo. Quero sentir que minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo.”

Quando terminou a leitura o marido virou-se para a esposa e disse: Meu Deus, coitado desse menino. Que pais ele tem!

A professora olhou bem nos olhos do marido, e depois os baixou e disse: Essa redação pertence ao nosso filho!

Que esse texto nos faça refletir e tomar decisões que demonstrem nosso amor por nossos filhos. A nossa família deve ser priorizada em detrimento de coisas secundárias (leia os Salmos 127 e 128).

Eu ainda não sou mãe, mas sou professora e já li muitas redações como esta, verdadeiros pedidos de socorro, de crianças que se sentem ignoradas, esquecidas e nem um pouco amadas. É muito comum alunos meus dizerem coisas do tipo “seria tão bom se você fosse minha mãe”, “queria tanto que você fosse minha mãe”, “queria tanto ser teu filho”, “teus filhos serão crianças de sorte por terem você como mãe”... No começo eu ficava muito emocionada, mas com o tempo passei a deixar de lado as emoções e investigar o que os levava a afirmar tais coisas, descobri sem surpresas que era simplesmente porque as mães desses alunos não conversavam com eles, não brincavam com eles e quando brigam com eles por algumas coisas erradas que costumam fazer, o fazem sem carinho, sem demonstrar amor no momento da correção... Como professora de Educação Infantil (antigamente chamavam de Jardim de Infância, que eu preferia por ter conotação bem mais romântica, RS) eu estabeleço diariamente o momento da “rodinha”, que é quando os alunos e eu nos sentamos em círculo no chão e contamos as novidades, cantamos músicas, conversamos sobre coisas que assistimos na televisão, algumas vezes levo jornal e revistas pra eles “lerem” as notícias através das imagens, então leio para eles o que está escrito para compararem com o que eles disseram, e essa prática vai muito além de estimular neles o desenvolvimento da oralidade, ali eles aprendem não apenas a se expressar oralmente (situando-se no tempo com palavras ontem, hoje, amanhã...), aprendem a ouvir o que os outros têm a dizer, a esperar sua vez, a respeitar a opinião alheia... Coisas que eles, em sua maioria, não estão acostumados a ter em casa.

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