sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Como ter uma chamada atendida pela polícia...

*Tenho sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranqüilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior dacasa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: -Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado.Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia. No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: -Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão. Eu respondi: - Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.
Luiz Fernando Veríssimo.
-- "As pessoas difíceis são como reflexos de seus próprios traços negativos."--

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Navegar é preciso...

FILHOS SÃO COMO NAVIOS
O grande ensinamento educativo é que a criança não pode fazer simplesmente o que tem vontade, mas deve administrar essa vontade.
Quem ama educa. E tem de educar a vontade para se proteger e dar condições para que a criança cuide da própria segurança.
O lugar mais seguro para o navio ficar é no porto. Mas essa não é a finalidade para o qualfoi construído. Para um navio bem construído o mundo é pequeno.
Os pais são um porto seguro para os filhos até que eles se tornem independentes. Embora possam pensar que o lugar mais seguro para as crianças é perto deles, os filhos devem ser preparados para navegar mar adentro, enfrentando bom e mau tempo para atingir seus objetivos, a criança deve ser educada e preparada para seu próprio porto seguro. Assim, o mundo também será pequeno para ela, porque mais amplos serão seus horizontes...
Nem sempre os navios vão para o lugar que seus fabricantes imaginaram. Ninguém pode garantir que caminho o filho vai seguir, mas, seja para onde for, deve levar dentro dele valores como ética, humildade, humanidade, honestidade, disciplina e gratidão, dispondo-se a aprender sempre e a transmitir o que puder com vistas a estabelecer relacionamentos integrais com todas as pessoas, independente de sua origem, cor, credo e condições socioeconômicas e culturais.
Içami Tiba.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Resumo do livro de Içami Tiba: DISCIPLINA, LIMITE NA MEDIDA CERTA

TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. 67 ed. São Paulo: Editora Gente, 1996.


Resumo

Içami Tiba depois de inúmeras palestras sobre o tema Disciplina escreveu Disciplina, limite na medida certa, onde aborda o assunto de forma leve, mas ponderando sempre que a responsabilidade de impor limites e tornar uma criança disciplinada é dos pais.

São os pais, através de suas atitudes e gestos, que irão influenciar de maneira direta na educação e na disciplina das crianças. Se eles forem indisciplinados...

Desde a concepção os pais já têm a responsabilidade de serem disciplinados. Se a gravidez foi indesejada, ou prematura já pressupõe-se uma indisciplina grave: o desejo, ou instinto sexual superou a racionalidade da escolha de um método contraceptivo eficaz. E sendo assim a indisciplina foi do casal, e não de um só, pois houve a concordância de ambos.

A disciplina do casal influi ainda mais a partir do nascimento da criança. Quanto mais próximo do nascimento, mais a criança segue seu ritmo biológico – e a disciplina deverá obedecer a esse ritmo, não o inverso. Um dos ritmos mais importantes estabelecidos desde os primeiros dias de vida, é o da alimentação, porque depende da interação com a mãe ou com a pessoa que a substitui.

A alimentação da criança pequena é também um momento de disciplina. É através da amamentação que a mãe transmite o modo de ser da família (“como-somos”), e isso é essencial para ajudar o filho a formar seu ser psicológico, pois a criança trás ao nascer apenas seu ser biológico (cromossomos).

O pai deve ter muita saúde psicológica para participar do gesto da alimentação, que tem imenso significado no gesto afetivo. Afinal, a criança não precisa só de leite.

O leite alimenta o corpo. O afeto, a alma. Criança sem alimento fica desnutrida. Criança sem afeto entra em depressão.

Orientando-se pelo ritmo biológico da criança a mãe erra menos. Quando seu bebê chorar ela deve – antes de lhe oferecer alimento – verificar se este choro é motivado por algum desconforto como dor, frio, calor. Assim a criança não será habituada a compensar com alimentos qualquer necessidade sua no futuro, podendo vir a se tornar um adulto que busca na comida o alívio para suas ansiedades. Embora o alimento como mecanismo de compensação seja um assunto muito mais complexo, a raiz da obesidade pode residir aí.

Bem nutrida, cercada de afeto, a criança cresce e por volta de um ano de idade já é capaz de realizar algumas façanhas. Começa a andar e logo estará correndo. Mas para chegar a este ponto ela cairá algumas vezes. Cair é, para ela, um acontecimento novo. Precisa aprender o significado daquilo, por isso sua primeira reação, antes de chorar, é olhar para a mãe. E a mãe o que faz? Se a mãe se apavora e demonstra isso, a criança percebendo seu pânico vai deduzir: cair é perigoso. Mas se a mãe agir com naturalidade: “Caiu, ah, caiu” ou “Pulooou!”, e ficar olhando para a criança com expressão boa, tranqüila, enquanto espera que ele se levante sozinha, a criança se levantará sem choros, sem traumas.

O que a maioria das mães não entende é que as crianças de um ano de idade não se machucam quando caem sentadas. Se nós adultos, cairmos, será um desastre, porque a musculatura está toda rígida. As crianças não se machucam porque caem “molinho”.

É muito comum vermos crianças que quando caem se a mãe (ou outra pessoa) lhe vem levantar esta lhe bate ou empurra como que diz: “Eu me viro”. Quanto mais forte for o tapa ou empurrão, mais a criança está se sentindo incomodada com a “ajuda”.

Ao levantar a criança que não quer ser erguida, a indisciplina ocorre porque a mãe faz valer sua própria interpretação, em vez de certificar-se primeiro dos desejos da criança.

Por excesso de zelo, muitas mães acabam por desrespeitar a criança, tornando-se umas indisciplinadas.

É preciso respeitar quando a criança troca a expressão de curiosidade por um olhar sério. Mães indisciplinadas desrespeitam seus filhos quando ignoram essa diferença e lhes impõe suas vontades.

Colocar a criança no colo de um desconhecido ou mesmo alguém da família que a criança não vê há muito tempo, e forçá-la a ficar no colo dessa pessoa mesmo chorando e esperneando é uma agressão. Mas a mãe e o pai acham que não tem nada de mais aquele tio, primo, vizinho pegar a criança pequena no colo e que logo, com paciência, aquele colo estranho se tornará a familiar e a criança acabará por se acostumar àquele desconhecido. Isso acontece porque a criança é movida por uma disciplina biológica que está sendo quebrada pela euforia do amor. Mas, felizmente a grande plasticidade psicológica que existe em um relacionamento saudável permite que ela supere o desrespeito por parte dos pais.

Quando os pais não respeitam a disciplina biológica da criança (enfiando comida em sua boca quando ela está sem fome; mandando que fique quieta desnecessariamente; insistindo que fique no colo de um estranho, mesmo que este pertença a família; lutando para que ela durma na hora em que querem, mesmo sem estar com sono etc), ela reage. Quanto mais velha for a criança mais elaborada será essa reação. Mas, quando a criança reage é muito comum a mãe passar por cima desta reação e continuar lhe impondo sua vontade, configurando assim um abuso de poder por parte da mãe que é maior em tamanho e em capacidade de argumentação. À criança resta engolir suas reações para não desencadear a ira materna.

Nesse jogo de ação e reação, algumas crianças acabam por se demonstrar mais rebeldes. Desde pequenas não aceitam esse tipo de imposição, demonstram força de ego. E, na falta de outros recursos, recorrem àquele que mais conhecem: a birra/ pirraça.

A birra é uma ruptura no relacionamento. Por meio dela o birrento impõe a outra pessoa uma condição “Se você me atender, ótimo; caso contrário, vai sofrer muito”. Trata-se de um estado psicótico de comportamento em que se nega a razão para fazer prevalecer uma vontade. O interessante é que a meta escolhida, a grande motivação da birra, é um capricho, uma vontade desnecessária. Ninguém faz birra porque não quer estudar. Mas porque o pai não deixa comer um chocolate ou não compra um brinquedo no shopping.


Quando a vergonha que a mãe sente é mais forte que a raiva, se a birra ocorre em público, ela acaba atendendo ao desejo da criança antes que a gritaria tome conta do local. O filho venceu. A criança aprendeu que a birra pode ser uma arma para fazer valer suas vontades, principalmente em ambientes em que possa expor a mãe.

Na birra, a criança transforma seu desejo supérfluo em algo essencial e necessário à sua vida. Esse desejo não educado, adquirindo força de instinto, busca a saciedade. Mas logo passa e dá lugar a um novo desejo, deixando a criança constantemente infeliz, pois ela, assim como seus pais, confunde saciedade com felicidade.

Mas quem ensina a criança a fazer birra?
Para chegar à birra, a mãe foi indisciplinada: proibiu e cedeu, proibiu e cedeu. Desrespeitou as próprias proibições, ensinando o filho a fazer o mesmo: desrespeitá-la.

A birra pode ser apenas uma fase, mas se a mãe sempre ceder aos caprichos do filho essa fase pode demorar muito a passar.

Quando a criança nasce é totalmente dependente, mas à medida que vai crescendo vai se tornando ao poucos mais independente, aprende a sentar, se esticar para o objeto que deseja, diz que não com a cabeça, aprende a balbuciar e a falar, aprende a engatinhar, a andar, comer sozinha, enfim, aprende paulatinamente tudo que é preciso para se tornar um indivíduo autônomo enquanto cresce e se desenvolve física e cognitivamente. Porém algumas mães indisciplinadas sentem-se obrigadas a continuar fazendo pela criança aquilo que esta já é capaz de fazer sozinha.

Sabemos, porém, que quando a única realização de uma mulher é ser mãe, arcando com todos os custos, fica difícil aceitar que o filho está crescendo e permitir que ele comece a trocar de roupa sozinho, a escolher a própria comida. É como se ela , de repente, fosse privada do benefício de servir ao próprio filho. Nesse momento é possível que comece uma briga de benefícios que mais tarde tende a converter-se em uma briga de custos.

Em determinado momento, quando a mãe estiver sobrecarregada com a chegada de outro filho ou com atividades diversas, será obrigada a deixar de trocá-la ou alimenta-la. Só que a criança não está acostumada a se virar sozinha, pois não foi isso que a mãe lhe ensinou.

O filho, que nunca precisou arcar com nenhum custo para ter seus benefícios, exceto abrir a boca, vai protestar, exigindo que a mãe sacie suas necessidades de qualquer maneira.

A briga de custos é briga da escravidão. A mãe torna-se escrava das necessidades ou vontades do filho, e este torna-se impotente, portanto, escravo do atendimento da mãe.

Mães saudáveis preparam os filhos para arcar com as suas responsabilidades. Com o passar dos anos, elas vão delegando à criança o poder de se cuidar. Essa autonomia pode dar ao filho a sensação de felicidade. A auto-estima dele cresce ao perceber que pode realizar seus desejos. Felicidade ou saciedade que se ganha “de mão beijada” não aumenta a auto-estima porque dispensa exatamente a capacidade de crescer em liberdade.

Uma mãe pode e deve atribuir tarefas diferentes a cada filho. Nem todos os filhos são iguais. Cada um desenvolve um tipo específico de capacidade. Por isso, os pais não devem se sentir mal quando favorecerem um em detrimento do outro. A preocupação excessiva com a eqüidade é um dos mecanismos que conduzem um indivíduo a agir como um folgado. Sabe como? Quando a mãe se sente na obrigação de realizar pelo filho algo que ele já tem capacidade de executar sozinho apenas porque o faz também pelo filho menor. Então, aquele que já é capaz deixa de exercer sua capacidade e, dentro de si, registra a seguinte mensagem: “Eu posso fazer, mas não vou, pois minha mãe também faz pelo meu irmão”. Tratando-se de filho único: “Eu sou capaz, mas por que vou fazer se minha mãe faz por mim?”.

O mecanismo de folga é, no começo, uma malandragem consciente que em pouco tempo transforma-se em hábito. Com freqüência, a criança não se acha folgada. Sente-se, ao contrário, lesada quando a mãe deixa de fazer o que sempre fez. Esse é o cúmulo da folga: ela passa a cobrar a realização de diversas tarefas como se fosse obrigação da mãe.

As mulheres atribuladas de hoje, que se sentem culpadas por uma série de razões, facilmente entram nesse jogo: favorecem as cobranças dos filhos. Há um casamento perfeito aqui: de um lado, a mãe sufocada pela culpa sente-se obrigada a fazer aquilo que, se avaliasse bem, poderia concluir que não é mais sua função; do outro, o filho folgado. Em outras palavras, é o casamento do folgado (que deixa de fazer) com o sufocado (que se sente obrigado a fazer).

Nas últimas décadas, a mulher emancipou-se e ganhou destaque socioeconômico, profissional e cultural, mas na grande maioria o instinto materno, a inclinação para ocupar-se da perpetuação da espécie, ainda fala mais alto que todas as suas conquistas. Em virtude desse instinto é que ainda hoje as mulheres sentem-se culpadas por ficar longe dos filhos.

Essa mãe, pós-moderna, tem sempre a impressão de contrariar seu instinto materno ao negar algo aos filhos. Por mais adequado que seja um não, ainda assim custa-lhe muito aplicá-lo.

No seu desejo de proteger, de educar e de criar o filho, toda mãe se incomoda muito ao vê-lo sofrendo, principalmente passando fome ou frio. A criança tem que comer de qualquer jeito. Se o filho recusa o alimento que está no prato, a mãe sempre dá um jeito de oferecer um substituto. É justamente aí que ela começa a perder o equilíbrio relacional e a submeter-se aos caprichos infantis, confundindo vontade com necessidade. No entanto, é preciso enfatizar o seguinte: a criança que aprende a comer é mais livre, e portanto, mais feliz. Uma criança feliz não aprisiona a mãe a seus caprichos.

Ficar sem comer um dia não mata a criança; pelo contrário, pode educá-la. A obsessão materna de saciar a fome do filho a qualquer custo o impede de aprender o ciclo vital fome/saciedade, essencial para criar a disciplina relativa ao ato de comer.

E onde fica o pai nisso tudo?
Durante muito tempo, a Psicanálise culpou apenas a mãe. E não poderia ser diferente: no tempo de Freud, quem realmente cuidava das crianças era a mulher. Mas hoje aquele furor antimaterno pode ser dividido entre as duas figuras que compõem o casal.

O pai também é responsável quando o filho se torna um folgado porque nenhuma dinâmica se perpetua se não houver conivência, mesmo que por meio do silêncio. Diante de situações em que o filho é um folgado e a mãe uma sufocada, o silêncio do pai funciona como aprovação do comportamento do filho.

Na experiência do autor, os casos mais complicados de delinqüência ou dependência de drogas recebem uma contribuição enorme da falta de ação do pai. Em última instância, o pai é o grande controlador e a mãe, a grande apoiadora. Quem dá a palavra final do sim ou não, paga ou não, bate ou não é o pai. Tapa de pai é muito diferente de tapa de mãe.

Os delinqüentes sociais nada mais são que os folgados familiares que transformaram o abuso entre as paredes do lar em abuso externo. Não há nenhuma proibição na família, eles fazem tudo o que querem. Daí levam essas vontades para fora de casa e querem saciá-las a todo custo, principalmente quando não há ninguém por perto para inibir, como a presença de uma testemunha, da polícia ou de um fiscal.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Resumo do Livro O PAI-MINUTO

JOHNSON, Spencer. O pai-minuto. 16 ed. Rio de Janeiro: Record, 2001 – 112 páginas.
Palavras-Chaves: Comunicação, Repreensão, Elogios, Amor e Objetivos.

Resumo

O livro em questão aborda formas bem sucedidas de comunicação entre pais e filhos – mas que poderão vir a ser usadas em outras relações interpessoais – que envolvem não mais que um minuto (talvez pouco mais que isso) e que melhoram muito a comunicação, a expressão de sentimentos (impedindo que as pessoas nutram ressentimentos mútuos), e também a convivência dentro e fora de casa.
Johnson usa a figura de um Pai de cinco filhos que com a repentina morte da esposa percebe que apesar de bem-sucedido em seus negócios nunca tinha dado a devida atenção a seus filhos, deixara que sua esposa sozinha os educasse e os disciplinasse e por mais que ela lhe pedisse ajuda e parecesse frustrada com seu relacionamento com os filhos indo de mal a pior ele simplesmente jamais quisera tomar conhecimento dos problemas. Este Pai viu então, que sozinho, não estava conseguindo chegar a lugar nenhum e começou a temer que a indisciplina de seus filhos – a começar pelo mais velho – tivesse conseqüências ainda mais graves. Ele que já estivera em situações semelhantes em outras áreas de sua vida, resolveu então procurar a ajuda de um profissional naquela área.
O médico do livro ensina ao Pai que “ser pai é a arte de se tornar desnecessário”, ou seja, ele ensina que o pai não deve viver tentando administrar a vida de seus filhos, mas sim torná-los capazes de decidir com consciência o que é bom para eles. Então o médico lhe ensina a usar o que ele chama de Repreensão-Minuto, que funciona bem quando:
1º. Quando o Pai (ou alguém lhe valha) diz às crianças de antemão que vai repreendê-las quando seu comportamento for inaceitável para ele. Ele as estimula a serem honestas com ele da mesma maneira;
Primeira Metade da Repreensão:
2º. Repreende as crianças o mais cedo possível;
3º. Diz lhes claramente o que fizeram;
4º. Diz lhes, de maneira direta, exatamente como se sente a respeito do que fizeram;
5º. Fica em silêncio por alguns longos e desagradáveis segundos – para permitir que sintam o que ele está sentindo;
Segunda Metade da Repreensão:
6º. Em seguida, se acalma e toca as crianças de maneira tal que possam ter certeza de que está ao lado delas;
7º. Lembra às crianças que, embora seu comportamento recente não tenha sido bom, ele acha que elas são boas;
8º. Diz às crianças “Eu as amo!” e as abraça. Quando a repreensão acabou, acabou. Não toque mais no assunto;
9º. Mais tarde, no decorrer do dia, escuta o que as crianças têm a dizer;
10º. Conscientiza-se de que, embora possa levar apenas um minuto para repreender suas crianças com amor, os benefícios desta repreensão podem durar a vida toda.
O Pai teve certa dificuldade no começo porque embora amasse seus filhos não estava acostumado a expor seus sentimentos e o ressentimento por parte dos filhos – principalmente do mais velho – certamente criaria alguma barreira. Apesar das resistências o Pai não desistiu, e logo que seus filhos começaram a perceber sua raiva, medos, frustrações e tristezas ou qualquer que fosse seu sentimento em relação a seus atos, seus filhos viram o quanto era desagradável para eles e se sentiam ainda mais perturbados quando ele os tocava de forma carinhosa e lhes diziam que eles eram melhores, muito melhores, do que aquele tipo de comportamento.
A Repreensão-Minuto de repente tornou-se um verdadeiro sucesso – após usá-la muitas vezes, o Pai a tornou seu único método de disciplina – mas, percebeu que seus filhos passaram a usá-la para chamar sua atenção, então discutiam, erravam, eram “maus meninos” apenas para chamar sua atenção, mesmo que fosse somente naquele minuto, pois afinal de contas ele as estava condicionando a somente receberem sua atenção exclusiva, algum gesto de carinho e ainda ouvirem que são amadas quando faziam algo que o desagradava. Foi quando o Pai percebeu que deveria passar a elogiá-los e lhes dizer o quanto ele os ama, o quanto eles são bons não só quando fizessem algo desagradável, mas também quando fizesse algo de bom, então o Pai criou o Elogio-Minuto, que era quando ele surpreendesse um de seus filhos fazendo alguma coisa correta, ou quase correta, ele as elogiaria e as abraçaria de maneira que sentissem-se bem por terem feito semelhante coisa.
O Pai-Minuto (que foi como as crianças passaram a chamá-lo) passou a curtir bem mais sua família a partir de então. E seus filhos passaram a gostar dele e a gostarem deles mesmos e de si próprios muito mais. Todos davam e recebiam as Repreensões-Minuto e os Elogios-Minuto mutuamente. A família toda tornou-se mais feliz mas o Pai-Minuto queria mais, queria que seus filhos tivessem cada um seus próprios objetivos, pois todas as pessoas bem sucedidas que ele conhecera traçaram e alcançaram seus objetivos. O Pai-Minuto criou a partir de então os Objetivos-Minuto, que seriam objetivos (alcançáveis) de curto e médio prazo, que relacionados em um papel podem ser lidos em apenas um minuto. Esses objetivos tanto podem ser do grupo (família) quanto individuais, o importante é que seus filhos tracem objetivos e se empenhem em alcançá-los, e compartilhem suas vitórias com as demais pessoas e assim aumentem sua auto-estima, sentindo-se verdadeiros vencedores.
Na segunda metade do livro o Pai-Minuto divide toda sua bem-sucedida experiência no relacionamento com seus filhos com um outro pai mais jovem, de filhos pequenos, com os mesmos problemas que ele outrora tivera. E este mesmo jovem pai se incumbe então de passar seus novos conhecimentos adiante, criando então uma corrente de pais preocupados em desenvolver uma boa comunicação com seus filhos, repreendendo-lhes, elogiando-lhes e ajudando-lhes a criar seus objetivos de vida.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Por que tanta violência?! De quem era a cabeça dentro do saco?!

Desde semana passada que pipocam notícias de violência na zona norte do Rio de Janeiro, bairros tradicionais como Tijuca e Vila Isabel, que estão situados entre grandes favelas controladas pelo tráfico, viveram momentos de terror televisionados por diversas emissoras em tempo real, um helicóptero foi abatido etc e tal. Tudo isso quem está lendo já sabe, foi notícia de televisão, rádio, jornal, Sites, revistas. O que pouca gente sabe é que na rua detrás da escola onde trabalho foi encontrado, numa praça pública, uma cabeça humana dentro de um saco plástico amarrado a uma bomba. Aumentaram o policiamento da região, desde o fato ocorrido, na tarde de quarta-feira, podemos ver a polícia montada fazendo ronda pelas ruas ao redor, mas nada foi nos dito acerca da procedência daquela cabeça, do poder de destruição da bomba a ela atrelada... Não foi coisa pouca, teve até Esquadrão Anti-Bomba! Mas a mídia nada divulgou... Se tivesse acontecido algo parecido na zona norte, na zona sul ou no centro certamente teria ampla divulgação e investigação, mas como aconteceu numa pracinha pública, num sub-bairro de Campo Grande, na zona oeste, resolveram que não era importante divulgar, afinal o COI (Comitê Olímpico Internacional) está de olho, e deve estar repensando a sede das Olimpíadas de 2016... Eu repensaria!

O que me deixa mais triste, e até com medo, é que é nesse mesmo lugar que eu trabalho, que meus alunos e meus pais moram... Como não viver preocupada? Como me sentir mais segura? Confio em Deus, imagino que ninguém morre se não chegou sua hora, mas mesmo assim tenho medo, sinto-me triste e insegura, nem tanto por mim, mas por meus pais, minha irmã, meus aluninhos e suas famílias.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Feliz Dia dos Mestres!


Ontem foi dia dos professores, as mães dos meus alunos se organizaram, fizeram um belíssimo e delicioso bolo enorme, as crianças inflaram bolas, cantaram parabéns, me deram vários presentes, comi bolo até ficar enjoada. E depois minhas colegas de trabalho e eu fomos comemorar nosso dia numa chopperia perto da escola (Congresso do Chopp). Cheguei em casa tarde mas muito feliz, e nem tanto pelo muito que comi rs, estava feliz porque é nesse dia do ano que recebemos nossas merecidas homenagens, é quando conseguimos ver materializado em bolo, refrigerante, bolas de gás, cantoria, presentes e cartões o tanto que as pessoas reconhecem a importância do nosso trabalho.


O curioso é que as festas realizadas pelos pais dos alunos sempre me parecem proporcionais às festas que fizemos dias antes para seus filhos no Dia das Crianças, rs. Seja reconhecimento verdadeiro ou retribuição ao carinho que demonstramos ao fazer uma festa no dia das crianças com direito a doces, bolo e presentes, o importante é que somos lembrados, homenageados e sentimos dentro de nós, lá no fundo do coração, que embora ainda não sejamos tão bem remunerados como gostaríamos/deveríamos, temos uma profissão que é uma dádiva, um sacerdócio, pois formamos cidadãos, conciliamos brigas, ensinamos hábitos de higiene e de boa alimentação, ensinamos que devemos resolver nossas diferenças através do diálogo, que temos direitos e deveres (e que uma coisa está ligada a outra), sentimos que - abaixo das mães e dos pais - somos as pessoas mais importantes e influentes na vida de nossos alunos... É uma responsabilidade MUITO grande, mas que recebemos com muito amor do Mestre dos mestres e só podemos pedir a Ele saúde e sabedoria para continuarmos a exercer nossa profissão, tão bonita e importante da melhor forma possível.


Eu poderia escrever um livro sobre como a educação no nosso país está degradada, sobre como nossos governantes poderiam investir muito mais em educação obtendo assim retorno social nas demais áreas (saúde, segurança...), mas não na semana do Dia dos Mestres... Essa semana apenas devemos refletir e nos orgulhar porque somos realmente importantes, "a elite intelectual do nosso país"!


Sou muito feliz como professora de Educação Infantil, sinto-me ainda mais importante porque sei que estou construindo BASES, ALICERCES... Todos sabemos que quando os alicerces são fortes podemos construir edifícios, arranhacéus imensos e é dessa forma que vejo a importância do meu trabalho! Sou uma professora MUITO BEM RESOLVIDA, não fico me lamentando de ganhar pouco, quando escolhi ser professora eu sabia que não seria milionária, quando fiz o concurso para ser professora do município eu li no edital de quanto seria o meu salário, meus alunos, seus pais, eles não têm culpa do quanto ganho ou deixo de ganhar, e o que determina a profissional que sou não é o quanto eu ganho, mas o quanto eu gosto do que eu faço, o quanto eu me sinto feliz e realizada por fazer a diferença... Já abandonei duas turmas de alunos mais velhos, alunos que não tiveram seus alicerces bem construídos, que não valorizavam a educação formal, não respeitavam o ambiente escolar, não respeitavam uns aos outros, não me respeitavam como professora... Não me arrependo, me fazia mal, mais do que de dinheiro eu preciso de respeito, preciso saber que meus alunos estão ali para aprender e assim consigo lhes provocar sede e fome de conhecimento, dar boas aulas, exercer minha função com maestria. Pra quem não me entende: imagine se você quisesse fazer um bolo e os ingredientes começassem a pular para fora da batedeira, os ovos, a farinha de trigo, o açúcar, o leite, todos pulando para fora, recusando-se a serem batidos, a se tornarem uma massa homogenea, a ir para o forno crescer. Seria impossível fazer um bolo assim não é? Pois também é impossível dar aula pra quem vai pra escola apenas merendar, brincar, namorar, brigar e arrumar confusões, depredar a escola... Sei que existe gente que consegue lecionar assim, mas sei também que não podem garantir a qualidade desse ensino. Alunos assim fazem "bolo solado", sociedade degradada... Hoje posso dizer que prefiro os menores de 6 anos, crianças pequenas que ainda não foram contaminadas pela violência, rebeldia, vícios e erotismo.


Ontem assisti uma reportagem que falava que "o problema da educação está na péssima formação dos professores..." O que eu sei é que sou pós-graduada, estou sempre indo a cursos, congressos e seminários, sempre lendo assuntos relativos ao meu trabalho, sou assinante de uma revista exclusiva para professores, chego a investir metade do que ganho em formação continuada, então não venham me culpar de coisa alguma! Todos sabemos que EDUCAÇÃO VEM DE CASA, e se cada dia que passa está mais difícil ser professor nesse país, nem é por causa do salário mas, é porque as famílias de nossos alunos cada vez mais tiram de cima de si a responsabilidade pela educação de suas crianças, as famílias estão desestruturadas, pai e mãe muitas vezes são os avós que já criaram seus filhos e já não têm mais paciência para educar seus netos, terminando por satisfazer todas as vontades das crianças para que não chorem, não façam birra, não conseguem lhes dizer NÃO... Pais permissivos, sociedade onde os fins justificam os meios, fica difícil ser educador/professor, ter de dizer não, disciplinar, impor uma rotina... Por essas e muitas outras coisas é que muitas amigas que concluiram o curso normal comigo estão trabalhando em lojas de roupas, que muita gente que fez faculdade de pedagogia comigo nem pensa em lecionar (apenas queriam um diploma de curso superior), muita gente que fez pós-graduação comigo está cursando outros cursos porque são pessoas que colecionam títulos e diplomas, escrevem artigos baseados na prática de outras pessoas...


Meus parabéns a todos os meus amigos de profissão!

Para mim todos os dias são dias dos professores, toda vez que uma criança me traz uma flor catada no caminho da escola, me dá um beijo, faz um desenho com corações e beijos de batom e me dá ou demonstra que aprendeu alguma coisa, que superou uma dificuldade eu me sinto feliz e homenageada, compensada e recompensada!


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Como surgiu o Dia das Crianças?!

O Dia das Crianças no Brasil foi "inventado" por um político. O deputado federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de criar um dia em homenagem às crianças na década de 1920.


Na década de 1920, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de "criar" o dia das crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924.

Mas somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois desde então o dia das Crianças é comemorado com muitos presentes!

Logo depois, outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto. A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos.


Em outros países

Alguns países comemoram o dia das Crianças em datas diferentes do Brasil. Na Índia, por exemplo, a data é comemorada em 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, a comemoração acontece no dia 1º de junho. Em 5 de maio, é a vez das crianças da China e do Japão comemorarem!

Dia Universal da Criança

Muitos países comemoram o dia das Crianças em 20 de novembro, já que a ONU (Organização das Nações Unidas) reconhece esse dia como o dia Universal das Crianças, pois nessa data também é comemorada a aprovação da Declaração dos Direitos das Crianças. Entre outras coisas, esta Declaração estabelece que toda criança deve ter proteção e cuidados especiais antes e depois do nascimento.


Fonte: site Shopping b - www.shoppingb.com.br

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Tristeza Comum X Depressão

Outro dia, na escola onde trabalho, tive uma conversa interessante com duas colegas durante o nosso almoço. Falávamos sobre tristezas e depressão, assunto que nos levou a um impasse: qual a diferença – e como diferenciar – entre a tristeza comum e a depressão?
Uma das colegas disse que já teve tristeza profunda, onde mal conseguia sair de casa, eu disse que, no meu caso, o que eu tive não foi apenas tristeza, foi depressão, porque além de tristeza profunda eu tinha crises de choro, falta de vontade de sair de casa, de trabalhar, de cuidar da casa, de cozinhar, de comer e vontade de morrer, de dormir e nunca mais acordar... Pra mim estava claro: ela teve tristeza e eu tive depressão, mas ela e a outra colega ainda não estavam convencidas disso... O assunto acabou junto com a refeição, mas pela primeira vez fiquei intrigada com o assunto. Não voltei a tocar no assunto com mais ninguém até então. Voltei a falar/escrever sobre o assunto agora porque no último domingo, por acaso, li uma matéria numa revista – Época Negócios, de março de 2008 - No. 13 - ano 2 – uma entrevista com o americano Jerome Wakefield, professor da Universidade de Nova York, com formação em psicologia e doutorado em filosofia, que nos últimos anos debruçou-se sobre a depressão – uma doença hoje considerada epidêmica – e sobre a linha tênue que a separa da tristeza comum, provocada pelas desventuras da vida.
A matéria toda era muito interessante, mas na entrevista, a pergunta que mais me chamou atenção foi: COMO NÃO CONFUNDIR TRISTEZA COMUM COM DEPRESSÃO? A resposta dada foi a seguinte “A depressão é um quadro clínico no qual o sofrimento não tem nenhuma relação com o contexto que a pessoa está vivendo, ou no qual sua resposta emocional é completamente desmedida em relação ao evento que provocou aquele sentimento. A tristeza comum – que pode ser intensa – é uma resposta natural a um acontecimento real. Essa distinção não é fácil. Há uma linha tênue entre as duas coisas e sempre haverá casos controversos.”
Com essa resposta concluí que eu estava certa – como quase sempre, rs – o que tive foi mesmo depressão, porque nenhum dos meus problemas poderia justificar minha vontade de morrer.
O importante é que eu superei, já não sinto mais desejo de morrer, nem dificuldades pra dormir. Sinto-me renovada e confiante!