sábado, 5 de setembro de 2009

Pré-sal (parte II)

Minhas preocupações com a parte geológica da extração de petróleo parecem infundadas?!
Ah, mas pra mim, professora, preocupada em fazer meu trabalho de maneira que não agrida e não prejudique ninguém (ensinando meus alunos - o tempo todo - a não agredirem e a não prejudicarem ninguém, a preservar os recursos naturais, cuidar dos animais, plantar árvores, economizar água), extrair algo da natureza que ela mesma escondeu tão bem, em suas entranhas, parece algo absurdo, errado, algo a ser repensado...

Ah, mas e a parte econômica - meu marido logo pensa nisso, rs -, o país vai crescer, vai melhorar, vai investir no povo... Sinceramente, eu não acredito em nada disso! Vão ferrar com nossos recursos não renováveis, abalar camadas tectônicas, provocar futuros terremotos, maremotos, tsunames e o povo vai continuar pobre, miserável, explorado, sem perspectiva de futuro, vivendo um verdeiro genocídio nos hospitais públicos e transformando-se em mão de obra barata nas escolas públicas de péssima qualidade (e não venham culpar os professores porque vão criar um problema sério comigo! rs).

Não sou ativista do Green Peace, nem nada disso, apenas acho que precisamos rever prioridades: ou enriquecer rapidamente extraindo toneladas de barris de petróleo do pré-sal, ou preservar nossos recursos o máximo possível, afim de que num futuro próximo, quando o petróleo dos países muçulmanos finalmente acabar, sermos os detentores da maior bacia petrolífera do planeta e, nesse meio tempo, pesquisarmos mais profundamente sobre as consequências da extração desse petróleo todo?!

Questões como essas me deixam inquieta dentro de mim mesma...
Qual a minha posição diante dessas questões?!
Bem, quem me conhece sabe que não valorizo dinheiro, valorizo saúde física, mental e espiritual - prova disso foi ter deixado, recentemente, de lecionar em um turno, reduzindo minha renda pela metade, afim de ganhar mais saúde, mais tranquilidade e equilíbrio emocional -, sou da opinião de que pensar em dinheiro é coisa de gente mesquinha, que esquece que caixão não tem gaveta, que dessa vida não levamos nada, apenas deixamos nossas ideias, nossos ideais e nossas conquistas no campo emocional, espiritual e cognitivo!
Resumindo: priorizar o ser sobre o ter.

3 comentários:

  1. Ah, se aqueles que nos governam priorizassem o ser sobre o ter...
    Pensar nas consequências dessa exploração petrolífera é algo que alguns chamariam de bagatela."O que isso importa?" diriam eles..."O mais importante é que o Brasil vai se erguer de seu berço esplêndido e finalmente assumir entre os povos o lugar que é seu por direito!Finalmente um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU..."
    O povo vai sim, continuar miserável. A fatia maior desse bolo vai para aqueles que desde sempre estiveram no topo da cadeia republicana. Enquanto houver Copa do mundo, carnaval e cervejinha no fim de semana, nossos líderes poderão fazer novos planos de exploração.

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  2. Suas preocupações não são infundadas, só acho que o problema principal não é a extração e as possíveis complicações geológicas da coisa, e sim o consumo exagerado do petróleo, logo não importa se extrairemos hoje ou amanhã, se o planeta continuar a consumir petróleo dessa maneira o mundo acaba, simples assim. Pode parecer extremo mas é para ser mesmo, para o nosso planeta acabar basta apenas a China alcançar o nível de consumo dos EUA, não precisa de bomba nuclear, nem meteoro, só termos 0,8 veículos consumidores de combustíveis fósseis por chinês e pronto, o planeta não aguenta. E só pra atualizar os dados, comparando agosto de 2008 com agosto de 2009, a venda de carros na china aumentou absurdos 90%. Logo se nossos governantes ficarem só olhando para o bolso, com o objetivo de criar países (é no plural mesmo, essa discussão é muito maior do que seu Lula, seu Sérgio Cabral e companhia) mais ricos para as gerações futuras, guess what? Podemos não ter gerações futuras...

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  3. O movimento estudantil constitui-se após o golpe de 64, em um dos mais importantes setores de combate ao regime, motivo de atração dos grupos clandestinos de esquerda.
    A mentalidade política brasileira muito diferente da atual, onde estudantes, organizações populares e trabalhadores ganhavam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. A elite Brasileira tremia diante de um possível socialismo.
    Hoje a classe estudantil (na sua maioria), vive de “fragmentos” de temas gerados pela mídia que por conseqüência da globalização é altamente veloz na informação, gerando “ondas” de palavras sem profundidade.
    O pré-sal é fato consumado, nossa política é monitorar a questão dos royalties, saber como será a distribuição dos estados e como os municípios destinarão a verba.
    Vi um bom exemplo no governo do Espírito Santo que vai atender de forma prioritária os municípios mais pobres fomentando auto-suficiência para frear o êxodo para as grandes cidades. Professor trabalhe com seus alunos, o pré-sal é fundo, mergulhe com eles.
    Profº Ricardo Torres
    Distrito de Tecnologia Educacional – Barra da Tijuca RJ
    http://dtebarra.webnode.com/

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