sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Tristeza Comum X Depressão

Outro dia, na escola onde trabalho, tive uma conversa interessante com duas colegas durante o nosso almoço. Falávamos sobre tristezas e depressão, assunto que nos levou a um impasse: qual a diferença – e como diferenciar – entre a tristeza comum e a depressão?
Uma das colegas disse que já teve tristeza profunda, onde mal conseguia sair de casa, eu disse que, no meu caso, o que eu tive não foi apenas tristeza, foi depressão, porque além de tristeza profunda eu tinha crises de choro, falta de vontade de sair de casa, de trabalhar, de cuidar da casa, de cozinhar, de comer e vontade de morrer, de dormir e nunca mais acordar... Pra mim estava claro: ela teve tristeza e eu tive depressão, mas ela e a outra colega ainda não estavam convencidas disso... O assunto acabou junto com a refeição, mas pela primeira vez fiquei intrigada com o assunto. Não voltei a tocar no assunto com mais ninguém até então. Voltei a falar/escrever sobre o assunto agora porque no último domingo, por acaso, li uma matéria numa revista – Época Negócios, de março de 2008 - No. 13 - ano 2 – uma entrevista com o americano Jerome Wakefield, professor da Universidade de Nova York, com formação em psicologia e doutorado em filosofia, que nos últimos anos debruçou-se sobre a depressão – uma doença hoje considerada epidêmica – e sobre a linha tênue que a separa da tristeza comum, provocada pelas desventuras da vida.
A matéria toda era muito interessante, mas na entrevista, a pergunta que mais me chamou atenção foi: COMO NÃO CONFUNDIR TRISTEZA COMUM COM DEPRESSÃO? A resposta dada foi a seguinte “A depressão é um quadro clínico no qual o sofrimento não tem nenhuma relação com o contexto que a pessoa está vivendo, ou no qual sua resposta emocional é completamente desmedida em relação ao evento que provocou aquele sentimento. A tristeza comum – que pode ser intensa – é uma resposta natural a um acontecimento real. Essa distinção não é fácil. Há uma linha tênue entre as duas coisas e sempre haverá casos controversos.”
Com essa resposta concluí que eu estava certa – como quase sempre, rs – o que tive foi mesmo depressão, porque nenhum dos meus problemas poderia justificar minha vontade de morrer.
O importante é que eu superei, já não sinto mais desejo de morrer, nem dificuldades pra dormir. Sinto-me renovada e confiante!

Um comentário:

  1. Apenas terminologias...tristeza...depressão...no fundo não faz diferença alguma.Quem nunca sentiu vontade de desaparecer?O vazio acaba se transformando em um companheiro fiel.Tudo que está ao redor é dor e solidão.A tristeza é apenas uma brisa. A depressão se instala como um tornado que a tudo engole e sufoca.Ambos são bastante conhecidos por nós.Alguns tem a sorte de mudar o curso de suas vidas. Outros, nem tanto.

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